Em Nova
York, regiões industriais decadentes, tornaram-se descoladas a partir da
reciclagem de suas antigas fábricas e frigoríficos. Essas construções amplas,
com pés-direitos altos e vãos livres, atraíram, nos anos 60, artistas
plásticos, que as utilizavam como morada e lugar de trabalho. Ateliê, quarto,
sala, banheiro e cozinha se confundiam em um mesmo salão. Os lofts eram uma
opção barata de moradia. Nos anos 70, com a revitalização de seu entorno,
viraram moda e encareceram.
O que um
loft de verdade tem:
• Pé-direito
3,20 metros em média;
• Ausência
de paredes como divisões internas;
• Ambientes
conjugados preferencialmente em um nível só;
• Colunas de
sustentação aparentes;
• Tijolos e
tubulações à vista – elétrica, hidráulica e de ar-condicionado;
• Uso de
materiais frios, como cerâmica;
• Iluminação
natural garantida por grandes janelas.
No Brasil, a
maioria dos projetos lançados se distanciam muito do conceito original.
Por exemplo,
muitos dúplex encontrados no mercado, embora não sejam nada amplos, são
vendidos como lofts só por causa do pé-direito duplo. O que se faz por aqui são
ambientes “loftados”, pois não há
galpões de fábrica em áreas em que as pessoas gostariam de morar. Mesmo assim o
metro quadrado de um loft é cerca de 20% mais caro do que o de um apartamento
convencional de mesma localização.
A tradução
do conceito pelo mercado local resultou em construções de pé-direito duplo e
grandes janelas em que a área social se confunde com a de serviço. A ala íntima
(quarto e banheiro) fica resguardada em um mezanino. Solteiros e jovens casais
sem filhos são o principal. Manter a privacidade num ambiente assim pode ser
difícil quando ele é dividido com alguém.
O loft é mais que um espaço: é um
estilo de vida!